Quem não gosta de sentar em uma poltrona confortável, com o seu refrigerante de 1 litro encaixado no porta copos, e um balde transbordando de pipocas, para viver aquela sensação de poder assistir a tão esperada história contada através das grandes telas do cinema? As salas são preparadas para receber seus espectadores, equipadas com sua iluminação e acústica adequadas para uma incrível experiência de assistir o filme, e até mesmo os efeitos 3D, que fazem com que as pessoas se sintam como próprios personagens. São duas horas ou até mesmo três, de um misto de sensações que fazem com que grande parte da população goste de frequentar cinemas.
Mas ao mesmo tempo que essa se pareça uma atividade tão simples no cotidiano de muitas pessoas: “ ei, Bora marcar um cine?” Uma outra grande parte da população não têm acesso a vivência de toda essa experiência.
Onde essas salas de cinema estão localizadas? Na maioria das cidades nos grandes shoppings centers. E analisando essa questão, o shopping também não é uma infraestrutura de acesso a todos, tanto em questões que mobilidade, pois a periferia se encontra distante, quanto por uma questão social, definida pela mesma questão: distância.
Distância essa, criada por um sistema capitalista que segrega e exclui parte da população, criada pela sociedade preconceituosa, que se mudaria de seu assento previamente comprado, se o morador da favela se sentasse ao seu lado para assistir aquela estreia mundial.
Difícil enxergar essa cena não? Talvez pelo valor abusivo dos ingressos? Do refri? Da pipoca?
Cinema é cultura e isso é negado a essas pessoas. Por outro lado, existem projetos, ainda que, infelizmente, muito escassos, tentam fornecer esse acesso fortemente negado a periferia.
Os espaços urbanos existem para serem preenchidos, e utilizados pela maioria das pessoas. Preenchidos não só de estrutura, mas de conhecimento, lazer, informação, aprendizado, conscientização e de cultura.
Aqui se seguem alguns exemplos de inspirações que permitem criar locais mais inclusivos em meio ao espaço urbano, alguns que não requerem muitos equipamentos, mas que possuem uma missão incrível de levar cultura a uma maioria e também a periferia, enquanto a sala de cinema fresquinha e confortável só abriga quem pode pagar pelo valor do ingresso, do refri, da pipoca, da desigualdade…