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Cinema: segregação digna de Oscar

+ inspirações de cinema ao ar livre
5 de novembro de 2020
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Quem não gosta de sentar em uma poltrona confortável, com o seu refrigerante de 1 litro encaixado no porta copos, e um balde transbordando de pipocas, para viver aquela sensação de poder assistir a tão esperada história contada através das grandes telas do cinema? As salas são preparadas para receber seus espectadores, equipadas com sua iluminação e acústica adequadas para uma incrível experiência de assistir o filme, e até mesmo os efeitos 3D, que fazem com que as pessoas se sintam como próprios personagens. São duas horas ou até mesmo três, de um misto de sensações que fazem com que grande parte da população goste de frequentar cinemas.

Mas ao mesmo tempo que essa se pareça uma atividade tão simples no cotidiano de muitas pessoas: “ ei, Bora marcar um cine?” Uma outra grande parte da população não têm acesso a vivência de toda essa experiência.
Onde essas salas de cinema estão localizadas? Na maioria das cidades nos grandes shoppings centers. E analisando essa questão, o shopping também não é uma infraestrutura de acesso a todos, tanto em questões que mobilidade, pois a periferia se encontra distante, quanto por uma questão social, definida pela mesma questão: distância.

Distância essa, criada por um sistema capitalista que segrega e exclui parte da população, criada pela sociedade preconceituosa, que se mudaria de seu assento previamente comprado, se o morador da favela se sentasse ao seu lado para assistir aquela estreia mundial.
Difícil enxergar essa cena não? Talvez pelo valor abusivo dos ingressos? Do refri? Da pipoca?

Cinema é cultura e isso é negado a essas pessoas. Por outro lado, existem projetos, ainda que, infelizmente, muito escassos, tentam fornecer esse acesso fortemente negado a periferia.
Os espaços urbanos existem para serem preenchidos, e utilizados pela maioria das pessoas. Preenchidos não só de estrutura, mas de conhecimento, lazer, informação, aprendizado, conscientização e de cultura.

Aqui se seguem alguns exemplos de inspirações que permitem criar locais mais inclusivos em meio ao espaço urbano, alguns que não requerem muitos equipamentos, mas que possuem uma missão incrível de levar cultura a uma maioria e também a periferia, enquanto a sala de cinema fresquinha e confortável só abriga quem pode pagar pelo valor do ingresso, do refri, da pipoca, da desigualdade…

Shell Open Air no Rio de Janeiro. Maior cinema ao ar livre do mundo. (Fonte: O Dia IG)
Cinema Garden gratuito no Flamboyant Shopping Center- Goânia- Goiás (Fonte: Jornal Daqui)
Binealle Ciema – Veneza, Itália (Fonte: Pinterest)
Cinema ao ar livre para crianças no Complexo da Penha (Fonte:G1 Globo)
Cinema ao ar livre no Mirante 9 de Julho em São Paulo (Fonte: Guia da Semana)
Sessões ao ar livre na Cinemateca de São Paulo (Fonte: Jornal Zona Sul)
Projeto “Mais cultura e turismo” em São Luís – Maranhão (Fonte: O imparcial)
“Cine Boa Praça” ao ar livre gratuito em Santana de Parnaíba com tela inflável (Fonte: Parnaíba Web)
“Cinema Na Laje” – Iniciativa Criativa Na Periferia – SP (Fonte: Gaia Brasil)
Projeto de cinema itinerante na periferia de Teresina (Fonte: Uol Notícias)
Melrose Rooftop Theatre- Hollywood- Estados Unidos (Fonte: Pinterest)
Pavilhão de imagens Cineorama por Erika Hock – Salzburg, Austria (Fonte: Pinterest)
Projeto Itinerante Cinesolar no Estado de São Paulo: Funciona a partir de uma van equipada com placas solares que converte energia solar em elétrica. O veículo carrega 100 assentos para o público, telão, sistema de projeção e som e até um estúdio de gravação. (Fonte: Diário da Região São José do Rio Preto)

Ana Carolina

Sou a Ana Carol Arquiteta, 25 anos, taurina e good vibes. Formada em Arquitetura & Urbanismo, técnica em Edificações e amante de redes sociais.
Arquilibrio é o blog da Ana Carol, Arquiteta & Urbanista. Aqui ela escreve suas opiniões, dicas, tutoriais e outros assuntos relacionados à Arquitetura. Saiba mais
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