No dia 20 de Novembro é comemorado o Dia Nacional da Consciência Negra no Brasil. A data teve como origem o dia do falecimento de Zumbi, líder da comunidade constituída no período colonial (1500 – 1822) por escravos fugitivos, conhecida por “Quilombo dos Palmares”. Essa sociedade foi o principal grupo de resistência negra à escravidão que existiu no país.
A data passou a fazer parte do calendário acadêmico em 2003, pela inclusão do ensino obrigatório da história e cultura afro brasileira nas escolas , e apenas em 2011 foi criada a lei federal para a celebração da data. Contudo,o dia até hoje não foi instituído como feriado nacional e ,ao contrário do que muitos pensam, não é classificado como ponto facultativo. É adotado como feriado apenas em estados e municípios que possuem leis específicas para o decretarem como tal.
A resistência contra a discriminação racial ganhou força com o passar do tempo, visto que os negros continuam lutando por uma inclusão mais igualitária na sociedade, através de movimentos contra racismo e manifestações públicas e artísticas – esse último, expressada através da arte de rua conhecida como Grafite, que estampa as paredes e muros de cidades ao redor do mundo e traz, ao mesmo tempo, mais cor para o ambiente urbano e reflexão para quem consegue interpretar tais desenhos.
Reuni na galeria de imagens alguns grafites que retratam a cultura afro e também a luta da comunidade contra o preconceito. Entretanto, apesar de belas representações através da arte urbana, vale ressaltar que a maioria dos artistas, principalmente os mais reconhecidos, são brancos! O artista negro e periférico é visto como vândalo e criminalizado por expressar seu manifesto na cidade e tem grande dificuldade de ter sua arte reconhecida ou até mesmo expostas em galerias. Entretanto, sua arte possui maior representatividade por expor sua realidade, ensinar sobre a conscientização da igualdade social, e apresentar a beleza, valorização e o empoderamento de sua cultura.
Grafites do Grupo OPNI- Grupo composto por grafiteiros da zona leste de São Paulo que tem a periferia e a mulher negra como fonte de inspiração que estampam ruas de São Paulo, Rio de Janeiro, Nova Iorque e Nova Orleans
Adelson Boris, artista pernambucano que retrata personalidades negras femininas.
Newquaye Dreph, artista britânico que retrata pessoas reais afrodescendentes que vivem em Londres, valorizando e realçando a beleza de cada uma delas.
Fael, artista de Salvador-BA que costuma ilustrar a realidade em que vive.
João Belmonte, mais conhecido com Tody One, é um artista que expressa visões críticas sobre educação, cultura, sociedade e política nos muros da Grande São Paulo. Na foto abaixo uma arte estampada no portão da fachada do Instituto Lula.
Kbeça, artista pernambucano que representa personagens , em sua maioria mulheres, em reação a desvalorização da mulher na sociedade.
Gabriel Abreu, artista dominicano, nesta representação conectando a arte urbana à natureza.
A junção com a natureza presente também nesta arte de Nuxano Xan.
Denis Pinho, produz retratos da natureza e expressões dramáticas.
Vinie é uma artista francesa que apresenta a figura da mulher negra num estilo de boneca pin-up nas paredes de Paris. Os traços de sua arte são inconfundíveis.
Eduardo Kobra, brasileiro, um dos artistas mais conhecidos da arte de rua mundialmente, essa sua pintura compõe um mural de 2800 m² no Rio de Janeiro, produzido especialmente para as Olimpíadas. É o maior mural feito por somente um artista.
Dinas Miguel possui instervenções artísticas em várias partes do Brasil e outros países da América Latina, expõe temas sociais, como direito das mulheres, racismo e acessibilidades e ambientais.
Arte de rua em homenagem a Zumbi dos Palmares e Dandara, grandes figuras negras representativas.